terça-feira, 29 de março de 2016

Fisioterapia Dermatofuncional




A fisioterapia dermatofuncional é uma área da fisioterapia responsável pela avaliação e tratamento de distúrbios do sistema tegumentar. Define-se por ser uma área especifica que nos permite prevenir e reabilitar distúrbios endócrinos, dermatológicos, músculo-esqueléticos e circulatórios que se refletem direta ou indiretamente na pele. Atuando sobre as alterações que afetam a funcionalidade do sistema tegumentar como um todo e fundamentalmente atuar na capacidade funcional do individuo de forma a promover o seu bem-estar e qualidade de vida.



Segundo a Associação Norte Americana de Fisioterapia (APTA), a responsabilidade do fisioterapeuta não só passa por manter e promover a “ótima” função física, mas também o bem-estar e a qualidade de vida do paciente, de tal modo que esta associação reconhece a Fisioterapia Dermatofuncional como a área responsável pela manutenção da integridade do sistema tegumentar como um todo e das estruturas relacionadas, pelo que, este profissional é o responsável por atuar nesta área de intervenção.

Assim sendo, a Dermatofuncional permite intervir em disfunções faciais e corporais através da avaliação e tratamento da pele. 


DISFUNÇÕES FACIAIS E CORPORAIS

  v  Relativamente ás disfunções faciais podemos intervir nas seguintes:
      -  Xerose cutânea (secura da pele); 
      - Discromias (alterações da coloração da pele);
- Rugas;
- Fotoenvelhecimento;
- Cicatrizes;
- Flacidez cutânea;
- Acne;
- Rosácea;
- Olheiras;


v  Relativamente ás disfunções corporais podemos intervir nas seguintes:

- Disfunções dérmicas  (flacidez, cicatrizes e estrias);
- Lipodistrofias (gordura localizada);
- Disfunções Flebolinfológicas (insuficiência venosa, linfática e celulite);
- Disfunções do coro cabeludo (queda de cabelo, alopecia).



terça-feira, 22 de março de 2016

Lesões Meniscais

As Lesões meniscais são muito frequentes. Podem acontecer em ambos os sexos e em qualquer idade. Morfologicamente, o Menisco Interno é diferente do Externo sendo o mecanismo de lesão diferente.
A classificação das lesões meniscais é variada .
Os  sintomas  referidos pelos doentes são: dor, bloqueio ,instabilidade, derrame, dificuldade em flectir, ressalto, etc.
A  clínica é, na maior  parte  dos  casos, suficiente  para fazer  o  diagnóstico,  mas por vezes  é necessário recorrer  a exames complementares   como: Rx F e P e Ressonância  Nuclear  Magnética (que também nos pode mostrar lesões  associadas).  O tratamento, salvo em pequenas lesões  periféricas,é sempre cirúrgico. Caso não sejam  tratadas, as lesões  evoluem  e o futuro dos meniscos  e do joelho é mau.

Os movimentos de rotação com o joelho em flexão, são frequentes no desporto,exercendo esforços frequentes sobre os meniscos. Outros mecanismos existem, que nem os próprios atletas sabem descrever.
Casos há que impossibilitam a continuação da prática desportiva devido à dor ,ao bloqueio,e muitas vezes ao facto de haver lesões associadas,como a rotura do Ligamento Cruzado Anterior. No entanto, o atleta deve ser visto e  tratado o mais rapidamente possível.
Há em cada joelho  dois meniscos - um Interno e outro Externo. Têm uma face superior e outra inferior,um bordo livre e outro periférico. É uma fibrocartilagem que está fixa ao prato tibial pelo seu bordo externo, tendo várias funções: Congruência, Lubrificação do joelho, Suporte de pressões e Estabilidade. Durante muito anos pensou-se que o menisco não tinha funções e assim perante a clínica de rotura fazia-se a meniscectomia aberta e sempre total. Com o advento da Artroscopia, o diagnóstico do tipo de lesão é mais preciso e a meniscectomia deve ser a mais económica possível, isto é, deve retirar-se só a zona lesada. Em certas circunstâncias quase sempre porque o doente vem tardiamente, o menisco está de tal modo destruído e então só a meniscectomia total é possível,mas logicamente por artroscopia ou seja por cirurgia fechada. Por vezes, podemos conservar o menisco porque a lesão é passível de sutura e o futuro da articulação será muito melhor.

Perante uma entorse do joelho o exame clínico é fundamental. Os exames complementares são necessários mas devemos sempre fazer uma radiografia e só depois recorrer  a outros exames como a Ressonância Nuclear Magnética. Esta, no entanto, tem uma margem de erro de cerca de 10% e é muito dispendiosa.
O tratamento pode ser : não cirúrgico (que é raro), meniscectomia parcial, meniscectomia total e sutura,e em casos especiais podemos e fazemos transplante meniscal.
Cada vez mais trata-se de uma cirurgia de ambulatório à excepção do transplante.


O nosso protocolo de reabilitação inclui:

Marcha imediata sem canadianas;
Início do treino desportivo normalmente aos 15 dias;
Os doentes devem sempre fazer de imediato recuperação funcional;


O recomeço do desporto varia se se trata do Menisco Interno ou do Menisco Externo devendo este ser mais demorado.


José Mário Beça

quinta-feira, 17 de março de 2016

Factores de Crescimento



Os factores de crescimento são um conjunto de substâncias, a maioria de natureza proteica que, juntamente com as hormonas e os neurotransmissores, desempenham uma importante função na comunicação intercelular.
A função principal dos factores de crescimento é o controlo externo do ciclo celular, mediante o abandono da quiescência celular (fase G0) e entrada da célula na fase G1.

A função dos factores de crescimento não é somente estimular a proliferação celular através da regulação do ciclo celular, iniciando a mitose, mas também manter a sobrevivência celular, estimular a migração celular, a diferenciação celular e também a apoptose.
Geralmente promovem a diferenciação e a maturação da células, o que varia entre os factores de crescimento. Por exemplo, as proteínas ósseas morfogenéticas estimulam a diferenciação óssea, enquanto que o factor de crescimento endotelial vascular estimula a diferenciação do vaso sanguíneo. Os factores de crescimento agem como sinalizadores entre células. São exemplos disto as citocinas e hormonas que se ligam a receptores específicos na superfície de suas células alvo.

Os factores de crescimento desempenham a sua função a muito baixas concentrações nos líquidos corporais, da ordem dos picogramas. Actuam unindo-se a receptores celulares situados na membrana celular que transmitem o sinal do exterior para o interior da célula, mediante o acoplamento de diferentes proteinocinases que se fosforilam e que activam uma cascata de sinais que acaba com a activação de um ou vários genes. 
A função dos factores de crescimento é regulada por diferentes mecanismos que controlam a activação genética, como:
  1. A transcrição e tradução do gene do factor de crescimento.
  2. A modulação da emissão do sinal pelo receptor.
  3. O controlo da resposta celular por moléculas com acção oposta à resposta inicial.
  4. Controle extracelular pela disponibilidade do factor de crescimento, que é depositado na matriz extracelular.
Através de estudos com culturas de células, descobriu-se que os factores de crescimento são transportados pelo soro. São produzidos em grande número de células e os requisitos são muito variáveis entre diferentes tipos de células. Para que as células proliferem em cultura, é necessária a existência de soro que contenha os factores de crescimento e as moléculas de adesão como a fibronectina, vitronectina e outras moléculas nutritivas como lipoproteínas, transferrina, e também nutrientes: aminoácidos, iões e moléculas energéticas.




Exemplos de Factores de Crescimento

  • Trombopoetina
  • Eritropoetina
  • Miostatina
  • Factor de crescimento derivado de plaquetas
  • Factor de crescimento de hepatócitos
  • Factor de crescimento de epiderme
  • Factor de crescimento transformador b

Utilizações dos Factores de Crescimento

  • TENDINITES
  • CALCIFICAÇÔES
  • PSEUDARTROSE 
  • MEDICINA DENTARIA
  • CIRURGIAS ORTOPÉDICAS

segunda-feira, 14 de março de 2016

Ligamento Cruzado Anterior


O Ligamento Cruzado Anterior  é o ligamento mais importante do joelho que evita a translação anterior da tíbia.  As roturas do Ligamento Cruzado Anterior aparecem em 70 a 85% na prática desportiva.

As Roturas isoladas representam 70% dos casos e aparecem após traumatismos indirectos. As lesões Meniscais e Osteocondrais associadas a lesões da rotura do Ligamento Cruzado Anterior aparecem mais frequentemente no compartimento externo.

A Rotura do L.C.A. origina uma instabilidade do joelho, que  no exame clinico se procura pelo ressalto rotatório e  uma laxidez  anterior patológica com o teste de Lachman-Trillat.



A Rotura do L.C.A que provoca uma instabilidade, não provoca de todo uma instabilidade na vida corrente, mas sim na vida desportiva.

As lesões secundárias à lesão do L.C.A, iniciam-se no compartimento interno, como sendo uma subluxação anterior repetida dos pratos tibiais em relação aos condilos femurais que distende a pouco e pouco as formações capsulo ligamentares em particular as postero internas. Estas forças afectam os meniscos e as cartilagens do compartimento interno, a seguir a articulação fémuro patelar e finalmente o compartimento externo.

A história natural tem-nos mostrado que ao fim de dez anos o doente tem uma Artrose Global. O Rx mostra rapidamente alterações que obriga a alguns tratamentos, cirúrgicos ou médicos.


A rotura do Ligamento Cruzado Anterior deve por isso ser tratada cirurgicamente com celeridade para a sua substituição, afim de evitar danos na articulação.



José Mario Beça

segunda-feira, 7 de março de 2016

Importância da actividade física continuada





Existem muitos estudos científicos a demonstrarem os efeitos positivos para a saúde resultantes da actividade física, devendo esta ser feita de forma continuada.

Assim sendo, a actividade física tem de ser praticada continuamente, não permitindo que o corpo se adapte à falta de treino.

Devemos ter estratégias que podem ajudar a não abandonar o nosso programa de exercício. Estas estratégias deverão centrar-se na nossa motivação para realizar o nosso programa de exercícios, e na consciencialização das vantagens que obteremos com a sua realização. 

Alguns dos pontos fundamentais dessas estratégias podem ser resumidos a seguir:
  • Treinar sempre que possa com um amigo ou com treinador pessoal - fazer exercício com outra pessoa pode ajudar.
  • Após um número determinado de sessões, sozinho ou com um amigo, deve-se comemorar o feito.
  • Deve fazer um contrato com alguém e estar comprometido a treinar várias vezes por semana.
  • Deve ter um diário de treino: O conhecimento sobre as suas melhorias é um grande elemento motivador.
  • Deve estabelecer objectivos a curto prazo, realizáveis e concretos. Os impossíveis só desmoralizam.
  • Deve fazer exercícios variados para que não haja a possibilidade de aborrecimento.
  • Deve ter o programa na sua agenda e segui-lo com rigor.
  • Gradualmente deve aumentar a intensidade óptima do exercício. Muita intensidade inicial pode originar a desistência.
  • Tenha sempre presente os efeitos anti-depressivos e a alegria que o exercício físico nos proporciona.